Descrição enviada pela equipe de projeto. A casa foi originalmente projetada para um uso permanente, após importantes mudanças na família, ela se transformou neste outro projeto, não mais de concreto, um terço menor e de uso eventual. Além de tentar que sua presença luminosa e distendida se mantivesse intacta, buscamos um traçado que seguisse fielmente uma pegada fictícia do projeto anterior.
Sobre o mesmo pódio artificial existente, a nova casa estende-se horizontalmente seguindo a sinuosidade do rio nos pés da colina. A posição dominante desta peça estabelece uma frontalidade dupla que seu interior articula mediante uma sequência regular ambientes iguais. Para a paisagem aberta se desdobram uma série de funções comuns e para a colina outra descontínua de funções individuais.
Cada frente possui cinco ambientes com um regime de aberturas nas paredes exteriores indiferentes a sua orientação ou a seu programa e outro regime irregular de aberturas interiores relativas aos graus de privacidade entre cada recinto. Ambas as sequências estruturam-se mediante outro sistema de aberturas nas paredes interiores que é relativo ao grau de privacidade de um ambiente para o outro.
Ambas as sequências são estruturadas por um outro sistema de aberturas no teto que obriga a percepção diagonal de profundidade do plano. O centro de toda a casa é desfocado por duas perfurações tangenciais que unificam os ambientes de cada lado. O teto perfurado se estende para além do interior e separa os quatro lados com uma sombra pesada.
A totalidade da estrutura é de pinho impregnado. As paredes exteriores são revestidas com tábuas ásperas de pinho tingidas e os interiores com placas mais lisas e planas, e com a mesma pintura Petoruti herdada pela família. Musil dizia que toda coisa que deseja se aproximar intimamente a outra possui um elástico atado a ela, que fica tensionado quando estendido. Parece que em cada movimento, em cada atividade, há um elástico que, felizmente, nunca nos deixou fazer totalmente o que gostaríamos.